Varejo farmacêutico se prepara para mudanças
16/10/2014
Com o fim do impedimento para a venda de produtos de conveniência nas farmácias e drogarias do País, o varejo farmacêutico está se preparando para mudanças que vão do mix de produtos ao atendimento a clientes, passando pela metragem das lojas, que, segundo o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, irá transformar os estabelecimentos brasileiros em verdadeiras drugstores.
Barreto destaca o dia 26 de agosto último como o marco para a mudança deste mercado, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou constitucional todas as leis estaduais complementares à lei 5991, de 1973, que permitiam a venda de produtos além de medicamentos e cosméticos, mas que vinha sendo contestada por órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Houve uma interpretação errônea da lei 5991, que é muito antiga. Os estados foram criando suas leis para que a venda de produtos de conveniência fossem liberados mas isso deu início a uma verdadeira disputa judicial, agora encerrada. O nosso setor sempre conviveu com embates ideológicos. Agora, teremos uma nova postura do setor no País”, afirma.
Com o aumento do mix de produtos, as lojas ficarão maiores, explica Barreto, e poderão também oferecer serviços complementares aos consumidores.
“Isso é comum e normal em países como os Estados Unidos. Enquanto as farmácias aqui têm formatos em torno de 250 metros quadrados, lá, podem passar de mil metros quadrados. Elas são uma conveniência e também um centro de saúde para o paciente”, destaca o presidente da Abrafarma.
Para que esse movimento possa acontecer no Brasil, é preciso discutir a regulamentação, tanto da venda de produtos, quanto da maior capacitação de farmacêuticos para a prestação de serviços e atendimento aos consumidores.
“Vai ser preciso qualificar os profissionais farmacêuticos, que se adaptaram à situação restritiva. Mas eles podem ser importantes agentes de saúde para a população. As lojas também vão aumentar de tamanho de acordo com critérios que as redes vão estabelecer. Mesmo com o aluguel caro, a margem de lucratividade das empresas cresce com mais produtos e com serviços. Quando uma delas implantar este modelo de negócio, as outras naturalmente vão atrás”, acredita Barreto.
Fonte: Brasil Econômico
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