Teste detecta dengue em 20 minutos
21/01/2016
A rede municipal de saúde de São Paulo passou a oferecer desde ontem um teste rápido para detectar a dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O resultado sairá em 20 minutos e poderá detectar, a partir de uma amostra de sangue, os quatro sorotipos da doença. Em 2015, a capital paulista registrou 100.148 casos de dengue autóctones, ou seja, aqueles comprovadamente contraídos no município.
O teste, capaz de identificar a doença ainda na fase inicial de transmissão, estará disponível em todas as unidades de saúde da cidade. Com isso, a prefeitura espera agilizar e direcionar as ações de campo de combate ao mosquito. Caso o resultado seja positivo, a orientação é que a unidade de saúde encaminhe o resultado à Supervisão de Vigilância em Saúde (Suvis) mais próxima do endereço do paciente para que as ações de controle ao mosquito sejam iniciadas de imediato naquela região.
Segundo a secretaria municipal de saúde, para a realização do teste não há limite de idade, contraindicação, ou necessidade de jejum. O material utilizado é todo descartável. Caso o teste rápido dê negativo, a confirmação do diagnóstico será feita através de outros exames, que são mais precisos.
— Com esse exame a gente consegue fazer o diagnóstico logo no primeiro dia do sintoma. Já os exames de sorologia só a partir do sexto dia de sintoma — explicou Cristian Regina Reyses Kury, gerente da Unidade Básica de Saúde (UBS) de Vila Penteado, Zona Norte da cidade.
EXÉRCITO COMBATE MOSQUITO
O teste rápido deverá ser usado até a primeira quinzena de março, período que a prefeitura considera como o pico de transmissão da doença. A secretaria adquiriu 50 mil testes de um laboratório particular. Passada essa etapa, o diagnóstico será feito através de exames como o ELISA IGM e o NS1, que já são realizados no município pelo Laboratório de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores (LabZoo).
Pelo segundo ano consecutivo, a prefeitura vai ter o apoio do Exército no combate ao mosquito. Cem soldados iniciaram ontem o trabalho de orientação junto aos agentes de zoonoses nas zonas Norte e Oeste da cidade.
De acordo com a secretaria de saúde, os soldados já receberam orientação sobre como abordar a população, entrar nas residências, identificar, eliminar criadouros do mosquito, ação chamada de “arrastão” pelos técnicos da Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA).
Começou a ser veiculado ontem, em rede social, um vídeo educativo para ajudar no combate ao mosquito que transmite dengue, zika e chicungunha. O vídeo, publicado nas páginas oficiais do Facebook do Brasil e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), traz orientações para acabar com os criadouros do mosquito, como não deixar água parada, e pede para que as recomendações sejam compartilhadas com amigos e vizinhos. Esta é a primeira campanha do gênero realizada pelo Facebook na América Latina.
— O Ministério da Saúde não tem hoje capacidade técnica nem liderança de comunicação para enfrentar sozinho a epidemia de zika vírus. Por isso é muito importante essa campanha de mobilização social do Facebook com a Abrasco — disse o vice-presidente da Abrasco, Mário Scheffer.
Fonte: O Globo
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