Setor enfrenta problemas para ter rastreabilidade de medicamentos no prazo

28/05/2015


 

O prazo para implantação da rastreabilidade de medicamentos não deve ser cumprido pela indústria. Representantes do setor dizem que, apesar dos investimentos das fabricantes, a cadeia de distribuição ainda não está preparada.

 

 

O presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, conta que ainda existem dúvidas quanto a regulamentação das regras para rastreabilidade de medicamentos proposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

 

Aprovada em dezembro de 2013, a resolução nº 54 da Anvisa definiu prazos para implantação do sistema nacional de controle de medicamentos e os procedimentos para rastrear os produtos em toda a cadeia.

 

 

De acordo com a resolução, as empresas que detêm o registro dos medicamentos precisam entregar à Anvisa até dezembro desse ano três lotes com rastreabilidade implantada e, até dezembro de 2016, toda a produção precisa estar adequada as novas regras.

 

 

“O setor está aguardando a publicação de mais informações para ter parâmetros para a mudança nos processos”, explica ele. Mussoli lembra que, na época da aprovação da resolução, o prazo de três anos para implantação do sistema foi considerado suficiente para que todo setor se adequasse.

 

 

O gerente executivo de operações da Libbs, Carlos Reis, também nota que ainda não está claro como o sistema funcionará fora da fábrica. Apesar disso, a farmacêutica, que começou a investir em rastreabilidade em 2009, não tem encontrado dificuldade para atender as exigências. “Temos outros elos da cadeia, como os distribuidores, que precisam de ajuda na implementação”, destaca.

 

 

Investimentos

 

 

De acordo com o coordenador do Programa de Estudos em Saúde da Fundação Instituto de Administração (FIA), Marcelo Pedroso, um fator que pode levar as empresas a adiarem o investimento em rastreabilidade é o menor capital disponível. “As empresas menores geralmente aguardam para ter certeza que a norma será implantada e qual será a tecnologia usada para não perder o investimento, mas quando isso é definido elas fazem os aportes”, conta.

 

 

Para Marcelo Pedroso da FIA, o menor volume de produção naturalmente vai fazer com que a pressão por produtividade seja menor, mas não anula a avaliação sobre o retorno do investimento. “É importante observar não só produtividade, mas também a expectativa de redução do nível de estoques indesejados”, cita.

 

 

Com o controle sobre a distribuição dos medicamentos, as fabricantes esperam melhorar o planejamento da produção e, consequentemente, reduzir perdas com excesso e falta de estoque, além dos prejuízos com medicamentos vencidos.

 

 

Pedroso observa também que a rastreabilidade deve reduzir a falsificação e roubo de produtos. “A rastreabilidade pode não resolver todos os problemas do setor, mas certamente vai dificultar mais as fraudes e roubos”, avalia o especialista.

 

 

 

Fonte: DCI

 


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