Saiba orientar os consumidores a se prevenir contra alergias do inverno

30/04/2015


 

 

Presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia — Regional Minas Gerais (Asbai), Roberto Souza Lima, explica que a casa fechada, sem sol, favorece a multiplicação dos ácaros, que vivem, principalmente, em colchões, travesseiros e almofadas das poltronas. “Esses microsseres são capazes de triplicar sua população diariamente. Em cada grama de poeira podem haver 2 mil ácaros, que aumentam para 6 mil por dia. O resultado pode ser trilhões deles no fim da temporada de frio”, afirma.

 

 

Ele ressalta que, na verdade, não são os ácaros que provocam alergia, mas as fezes desses micro-organismos. Cada um pode pôr 32 bolotas fecais por dia. “Se multiplicarmos os trilhões de ácaros por 32 chegaremos a dados inacreditáveis”, diz. O outono é também propício ao uso de mais cobertores e agasalhos, que podem estar guardados há meses acumulando ácaros e, principalmente, fungos. O médico acrescenta que, para complicar a vida do alérgico, este é o período de infecções viróticas (gripes) e bacterianas (sinusites, pneumonias, amigdalites e laringites), fechando o cenário propício ao aparecimento da rinite alérgica e da asma.

 

 

Até o fim de julho, asma e rinite podem ficar mais exacerbadas. Segundo Lima, a rinite aumenta em 80%, e a asma, em até 60%, acometendo, principalmente, crianças e idosos. As crises de rinite podem se agravar com sinusites, otites e amigdalites, enquanto as de asma podem vir associadas a pneumonias e bronquites infecciosas. “Alergia significa uma resposta exagerada do sistema de defesa do organismo, o sistema imune. Essa resposta é hereditária e, quanto maior, mais doenças alérgicas aparecerão. Mas, para que haja uma expressão à condição genética, é necessário o fator ambiental, principalmente o doméstico”, explica.

 

 

Assim, crianças com idade até 10 ou 11 anos e idosos estão mais suscetíveis a esses males, porque ficam mais tempo dentro de casa. “O ambiente externo, com poluição, frio, ar seco e oscilações bruscas de temperatura, pode agravar o quadro respiratório, mas as causas são fatores internos, dentro de casa”, ressalta o médico.

 

 

 

Fonte: Correio Braziliense


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