Produzir vacina contra febre amarela é desafio para ampliar imunização

09/11/2017


 

Um desafio para a ampliação da área de imunização contra a febre amarela no país é a disponibilidade de vacinas.

 

 

Atualmente, há apenas quatro fabricantes credenciados no mundo. O maior deles é o laboratório brasileiro de Bio-Manguinhos, vinculado à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

 

 

Segundo informação divulgada no início do ano, ele é capaz de produzir até 9 milhões de doses por mês —procurado desde a última quarta, não informou se houve ampliação da capacidade.

 

 

Apenas três cidades cuja inclusão está em estudo somam 22 milhões de habitantes —São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro. Considerando-se os demais municípios e as epidemias em outros países que importam o produto, é uma conta difícil de fechar.

 

 

“É preciso estudar se vale a pena [ampliar a vacinação a São Paulo e Rio], porque, nesse caso, vai pega uma área urbana muito ampla e povoada, que demandará uma quantidade de vacina que provavelmente nem existe”, afirma o epidemiologista Pedro Tauil, da UnB (Universidade de Brasília).

 

 

Um dos mais renomados especialistas em febre amarela do país, ele avalia o risco de surto em São Paulo não é elevado, uma vez que não há, ao menos, por ora, registro de casos humanos na região metropolitana. O epidemiologista Massad lembra ainda que não se sabe qual é atualmente o potencial do mosquito Aedes aegypti de transmitir a febre.

 

 

A preocupação com o estoque de vacinas, de qualquer forma, também está na lista da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).

 

 

Em comunicado na última sexta-feira (27), a entidade faz recomendações “considerando-se as limitações na disponibilidade de vacinas”. A primeira sugestão é que países que não estão enfrentando surto não conduzam campanhas de imunização e que seja adiada a a vacinação em crianças de áreas não endêmicas.

 

 

Uma das apostas para ampliar a produção é a construção de uma nova unidade de Bio-Manguinhos na zona oeste do Rio.

 

 

Outra possibilidade preconizada pela Organização Mundial de Saúde em caso de emergência é o fracionamento da vacina, de modo a atender mais gente -nesse caso, a imunização teria um prazo de validade menor, de um ano, por exemplo. Essa solução foi adotada recentemente com sucesso para conter um surto em Angola.

 

 

 

ESTUDO

 

 

Diante da expansão dos casos de febre amarela neste ano, o Ministério da Saúde estuda ampliar a área de recomendação de vacina. Um dos cenários sob análise inclui todas as cidades de São Paulo, Rio e Bahia, incluindo as capitais, hoje fora do mapa.

 

 

Essa perspectiva consta de apresentação feita no início do mês pela Secretaria de Vigilância em Saúde para um seminário na Fiocruz. Sob título “plano 2017/2018”, a projeção inclui quase todo o país na área com recomendação de vacinação. Fora do perímetro, ficariam áreas com recomendação de vacinação apenas para menores de 5 anos.

 

 

 

Fonte:Folhapress

 


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