Especialistas recomendam cautela com informações sobre saúde na internet

02/01/2015


 

 

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2013 (PNAD), metade das pessoas com 10 anos ou mais de idade acessou a internet no Brasil em 2013, o que representa aproximadamente 86,7 milhões de pessoas.

O aumento do acesso à internet no País vem mudando de forma significativa o processo de busca de informações, que passam a ser encontradas com maior facilidade e rapidez.

 

 

No que se refere aos temas de saúde, esses números alteram diretamente o conhecimento dos brasileiros sobre doenças, prevenção, tratamento, medicamentos, profissionais da área e até mesmo o contato com outros pacientes. Mas será que as pessoas estão buscando informações em ambientes virtuais confiáveis?

O conhecimento em saúde adquirido por meio da internet pode ter caráter complementar, mas o contato pessoal entre o paciente e o médico ou profissional de saúde não deve ser substituído. Ana Miguel, coordenadora das Redes Sociais do Ministério da Saúde, explica que a possibilidade de buscar diversas informações na internet pode ser muito positiva, mas alerta sobre ter cautela e sabedoria ao interpretar cada conteúdo.

 

 

“As informações disponibilizadas de forma on-line costumam ser generalizadas e não levam em consideração as particularidades dos pacientes. Cada pessoa tem um histórico, características e necessidades próprias, que exigem uma abordagem individualizada, por mais simples que o caso pareça ser”, adverte.

 

 

Leia mais sobre os riscos da automedicação.

 

Outra possibilidade do ambiente virtual é a interação com pacientes que estejam em qualquer lugar do mundo. Blogues como o “EM para Leigos”, de Cynthia Macedo, disponível também em inglês, contribuem para a disseminação de informações na internet, o que exige compromisso e dedicação em cada conteúdo publicado e nas interações com os leitores.

 

 

“Costumo receber perguntas em minhas publicações, especialmente por e-mail ou mensagens inbox na página do Facebook. Normalmente minhas respostas estão baseadas em experiências pessoais ou leituras científicas, contudo, o tratamento da Esclerose Múltipla (e acredito que de qualquer doença) é individualizado, de modo que ressalto que somente o médico especialista será capaz de indicar o melhor medicamento para tratamento da doença, dos sintomas ou mesmo os suplementos vitamínicos necessários”, esclarece Cynthia, que também atua profissionalmente como advogada.

 

 

O acesso a informações confiáveis pode ser feito em portais e perfis de instituições oficiais ou reconhecidas e órgãos mundiais de saúde, e até mesmo em páginas que baseiam suas publicações nestas organizações. Se usada com cautela e responsabilidade, a internet possibilita a obtenção de conteúdos atualizados em tempo real, além do contato globalizado de experiências, sentimentos e histórias inerentes ao processo de tratamento de doenças.

 

 

Bruna Rocha Silveira, de Porto Alegre, mantém o blogue “Esclerose Múltipla e Eu” desde 2009, onde compartilha experiências diárias de seu diagnóstico, que inclui assuntos como exames, medicamentos e profissionais de saúde. A blogueira sempre busca o uso de fontes oficiais como o Ministério da Saúde, associações nacionais e internacionais de pesquisas médicas e de pacientes.

 

 

“Escolhi essas fontes porque são fontes confiáveis, que se baseiam em pesquisas científicas e não em boatos ou achismos. Quando falamos de uma doença incurável, as pessoas querem uma solução rápida, barata e indolor, então temos que ter cuidado ao divulgar qualquer coisa sobre a doença porque elas correm atrás. Então as informações sobre a doença têm que ser dadas por quem estuda profundamente o assunto. Quando não encontro o que busco em nenhum desses lugares, pergunto para a minha médica em consultório”, explica Bruna.

 

 

É dever do usuário verificar se as informações obtidas on-line são verídicas. Algumas pesquisas sobre doenças e tratamentos evoluem de forma rápida, desta forma indica-se sempre a checagem das datas de publicação.

 

 

“Se a informação não for correta, não for segura, não tiver boas fontes e não for coerente, ela impactará a vida de alguém de forma positiva ou extremamente negativa. Se tiver boas fontes e a informação for de qualidade, com certeza ela impacta de forma positiva, agora se informação não tiver uma boa qualidade, ela pode afetar as decisões de saúde do internauta, que pode ter uma consequência para a vida dele”, alerta Priscila Torres, idealizadora do Encontro de Blogueiros da Saúde.

 

 

Verificar se conteúdos, produtos e serviços de saúde estão sob a responsabilidade legal e ética de alguma instituição também é uma medida de segurança na internet. Fique atento e cuide de sua saúde!

 

 

Fonte: Portal Brasil


Sindicato Comércio Varejista Produtos Farmacêuticos do Município do Rio de Janeiro

Av. Almirante Barroso, 2 – 16 e 17º andar – Centro – 20031-000 – Tel: 21 2220 8585